M. Dias Antecipa Reações no Mercado: Ações Caem e Analistas Revisam Previsões
Ações da M. Dias caem 11,14% após resultados abaixo do esperado. JPMorgan revisa cenário, alertando para pressão em margens e adiando benefícios de custos
Resultados da M. Dias Antecipam Reações no Mercado
As ações da M. Dias tiveram uma queda significativa nesta segunda-feira (10), refletindo resultados trimestrais abaixo das expectativas. O preço das ações fechou em declínio de 11,14%, atingindo R$ 26,00. A situação foi amplamente comentada por analistas como o JPMorgan, que avaliaram a companhia com números ruins no terceiro trimestre de 2025.
Os volumes de vendas alcançaram 483 mil toneladas, impulsionados por iniciativas comerciais e operacionais. No entanto, o EBITDA (Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciações e Amortizações) apresentou uma queda de 19,4% em relação às estimativas do JPMorgan e 14,3% em relação ao consenso, devido a margens menores do que o esperado.
O lucro líquido também registrou uma diminuição de 4,8% em relação às projeções do JPMorgan e 1,3% em relação ao consenso.
A análise do JPMorgan indicou que o trimestre apresentou um crescimento sequencial de receita, impulsionado por maiores volumes, mas com uma compressão de margens causada por custos mais elevados de vendas, gerais e administrativas (SG&A). A empresa sinalizou a continuidade da recuperação de volumes e ganhos operacionais, mas alertou para a persistência da pressão sobre as margens.
Diante dos resultados abaixo das expectativas de EBITDA e lucro líquido, o JPMorgan já esperava uma reação negativa das ações, com revisões para baixo nas projeções de consenso. O JPMorgan manteve a recomendação de compra e o preço-alvo de R$ 33.
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Análises Adicionais e Revisões de Preços-Alvo
A XP Investimentos também classificou os resultados como fracos e espera revisões negativas de lucro à vista, questionando a volatilidade das margens. Os volumes ficaram em linha com as estimativas, mas os preços médios caíram 4% em relação ao trimestre anterior, devido a um mix de produtos com menor valor.
A participação de produtos de menor preço aumentou 70 pontos-base, enquanto os produtos centrais caíram 50 bps. Mesmo com maior participação de produtos de menor preço, o custo da matéria-prima por kg não caiu tanto quanto esperado, o que afetou a margem bruta e o lucro bruto.
As despesas de SG&A ficaram em linha com as estimativas, mas a menor diluição de custos levou a uma queda de 17% no EBITDA. O Itaú BBA classificou os resultados como fracos, com EBITDA 13% abaixo das estimativas. O BBA já havia projetado uma possível postergação dos ventos favoráveis de custos para o quarto trimestre de 2025.
Embora o efeito esteja demorando mais que o previsto, o pico dos preços do trigo e do câmbio em abril deve gerar um alívio mais forte nos custos em algum momento deste ano.
Perspectivas e Revisões de Estimativas
A principal questão agora é saber se a deflação de custos foi adiada, considerando que a estratégia de gestão de estoques da companhia pode postergar a captura desses impactos no resultado contábil (P&L). O Itaú BBA manteve recomendação neutra e preço-alvo de R$ 25.
BBI cortou em 14% e 12% nas estimativas de EBITDA e lucro líquido para 2026, respectivamente, e reduziu o preço-alvo de R$ 31 para R$ 28,00, mantendo a recomendação apenas neutra.
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Redação
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