Mercado Global Reage a Acordo nos EUA e Eleição de Milei

Mercado Global e Cenário Econômico: Análise Semanal

A semana iniciou com um sopro de otimismo nos mercados globais, impulsionado pelo avanço de um acordo para encerrar o shutdown nos Estados Unidos, que durou mais de 40 dias. Embora a aprovação final na Câmara dos Deputados ainda seja incerta, o simples sinal de progresso já foi suficiente para elevar os futuros em Nova York e impulsionar as bolsas asiáticas e europeias. O fim da paralisação do governo americano abre a perspectiva de retomar a visibilidade sobre os indicadores econômicos dos EUA, reduzindo a incerteza em relação à política monetária do Federal Reserve. No entanto, o alívio coexiste com um cenário delicado, marcado pela correção recente das bolsas americanas e pelas dúvidas sobre a sustentabilidade do boom de investimentos em inteligência artificial, evidenciada pela desaceleração das receitas da TSMC.

Tensões Geopolíticas e a COP30

As tensões entre Japão e China se intensificaram após declarações da primeira-ministra Sanae Takaichi sobre Taiwan, enquanto no Brasil, a COP30, que se inicia em Belém do Pará, apresenta expectativas mais modestas. O alinhamento global na transição energética parece mais frágil, um debate no qual o Brasil poderia desempenhar um papel central.

A eleição de Javier Milei na Argentina representa uma inflexão histórica, após décadas de intervenção estatal e calotes da dívida, e o novo governo busca restabelecer a confiança dos investidores com medidas estruturais e um programa pró-mercado.

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Indicadores Econômicos e a Agenda Interna

O Ibovespa encerrou a semana passada acumulando uma sequência histórica: 13 pregões consecutivos de alta e 10 recordes seguidos, superando a marca dos 154 mil pontos, impulsionado pelo desempenho da Petrobras, que apresentou um resultado trimestral acima das expectativas e adotou um discurso mais construtivo na teleconferência com investidores.

A temporada de balanços entra na reta final, com empresas listadas mostrando crescimento de receita, margens saudáveis e ganho de participação de mercado, reforçando o suporte estrutural para a Bolsa. A agenda doméstica será determinante, com o Banco Central mantendo os juros e reforçando um tom firme no combate à inflação, ajudando a ancorar o câmbio e preservar o diferencial de juros.

No entanto, o mercado demonstrou menor confiança em um corte já em janeiro, com março se tornando o cenário-base.

Volatilidade e Expectativas

A Nvidia atravessou uma semana de maior estresse no mercado, acumulando queda superior a 9% em quatro pregões, devido a declarações do CEO Jensen Huang sobre a China, um ponto sensível para os investidores. A situação ganhou ruído após Huang supostamente afirmar que a China iria vencer a corrida da IA, o que levou o CEO a revisar o tom, reconhecendo a capacidade do país de desenvolver tecnologia de IA.

A eleição de Milei na Argentina representa uma inflexão histórica, após décadas de intervenção estatal e calotes da dívida, e o novo governo busca restabelecer a confiança dos investidores com medidas estruturais e um programa pró-mercado.

Confiança e Perspectivas Futuras

A confiança do consumidor nos EUA despencou para 50,3, um dos níveis mais baixos já registrados, refletindo demissões, atividade fraca e pressões de preços. A simples perspectiva de um acordo para encerrar o shutdown elevou o apetite por risco nos mercados, mas a volatilidade deve continuar elevada no curto prazo. A Nvidia, por sua vez, expôs novamente um ponto sensível: qualquer sinal envolvendo a China afeta imediatamente o humor dos investidores. A COP30, que se inicia em Belém do Pará, apresenta expectativas mais modestas. O alinhamento global na transição energética parece mais frágil, um debate no que o Brasil poderia desempenhar um papel central.