Nobel de Economia Reconhece Teoria sobre Inovação e Crescimento
Em um momento de debate sobre a influência de “bolhas de IA”, o prêmio Nobel de Economia para Mokyr, Aghion e Howitt surge como uma validação crucial de teorias sobre inovação e crescimento econômico. A pesquisa da trinca se concentra na teoria do “salto estrutural” da produtividade, um conceito central na análise da produtividade pós-Revolução Industrial.
Philippe Aghion e Peter Howitt, com base no trabalho de Mokyr, se destacaram ao estudar o impacto das inovações tecnológicas nas economias contemporâneas. A pesquisa aborda o cálculo de investimentos ideais em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), considerando tanto a perspectiva macroeconômica quanto a das empresas que planejam seus investimentos de longo prazo.
O processo de determinar esses investimentos é complexo, impulsionado por forças opostas. Uma delas decorre da percepção corporativa de que os lucros gerados por inovações recentes são efêmeros. Se uma empresa negligenciar o investimento em P&D, seus concorrentes podem lançar produtos superiores, conquistando o mercado.
No entanto, do ponto de vista social, a “destruição criadora” – o processo de substituição de tecnologias antigas por novas – é vista como benéfica, pois o novo conhecimento se acumula sobre o conhecimento existente, impulsionando o crescimento econômico, independentemente de quem seja deixado para trás. Essa dinâmica gera um incentivo individual, impulsionado pelo medo de ficar para trás (FOMO), e um incentivo social, baseado na ideia de que o acúmulo de conhecimento beneficia a todos.
Essa dinâmica de incentivos é assimétrica. O incentivo individual é motivado pela busca por preservar a posição da empresa ou, em contrapartida, por roubar o mercado, enquanto o incentivo social é mais amplo e generalizado. Essa tensão entre os incentivos individuais e sociais é um motor fundamental para o progresso econômico desde a Revolução Industrial.
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A análise também investiga os cenários em que um concorrente, inclusive a própria empresa, busca roubar o mercado. Mesmo que a inovação marginal seja pequena, o potencial de lucros a serem obtidos pode ser significativo, sem que haja um benefício macro proporcionalmente equivalente. Essa disparidade de incentivos contribui para a dinâmica de investimento em P&D.