A Promotoria de Justiça da Paraíba investiga se o influenciador Hytalo Santos oferecia vantagens em troca da emancipação de jovens que apareciam em seus vídeos nas redes sociais.
A denúncia teve repercussão nacional após o humorista e youtuber Felca divulgar, no último dia 6, um vídeo acusando Hytalo de exploração de menores e alertando para a “adultização” de crianças e adolescentes em conteúdos digitais.
O promotor João Arlindo Corrêa, encarregado da investigação, aponta que aproximadamente 17 adolescentes — todos emancipados — são identificados nos vídeos produzidos pelo influenciador.
A promotoria apura se os presentes e vantagens concedidos aos familiares estavam relacionados ao processo de emancipação, ainda que a comprovação desse vínculo seja vista como “difícil” em razão da anuência dos responsáveis.
Material sexual
Os vídeos de Hytalo, postados a partir de 2020, apresentam cenas de danças sensuais, beijos entre adolescentes e diálogos com conotação sexual, incluindo questões sobre relacionamentos amorosos e vivências íntimas. No seu canal, o influenciador se dirige às participantes como “filhas” e aos homens como “genros”, em um formato de reality show denominado “Turma do Hytalo”.
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A Felca também acusou Hytalo de explorar a adolescente Kamyla Santos, que iniciou sua participação nos vídeos aos 12 anos e continua até os 17 anos. Ele alega que, quanto mais a imagem de Kamyla era utilizada, maior o retorno financeiro obtido pelo influenciador, inclusive com ganhos relacionados ao Jogo do Tigrinho.
Ação contra empresa de rifas
O Ministério Público do Trabalho (MPT), a Polícia Civil e a Loteria do Estado da Paraíba (Lotep) recomendaram a suspensão, por até 48 horas, da empresa de rifas e sorteios administrada por Hytalo devido ao uso irregular de imagens de menores. O perfil do negócio no Instagram possui 1,9 milhão de seguidores e oferece prêmios como celulares e automóveis.
O documento aponta evidências de:
- utilização da imagem de adolescentes em contexto de “adultização” com fins lucrativos;
- exploração do trabalho infantil;
- riscos de aliciamento e prejuízos psicológicos;
- violação de direitos estabelecidos no ECA e na Constituição;
- falta de mecanismos para evitar o acesso de menores a jogos de aposta.
O descumprimento da recomendação poderá levar a processos judiciais e até mesmo a responsabilização criminal.
Fonte por: InfoMoney