MRV avança 6,6% apesar de resultados modestos na Resia, com operações no Brasil
A MRV obteve resultados contrastantes no segundo trimestre de 2025, com impacto das perdas da Resia, ainda que as atividades no Brasil apresentassem ret…
As ações da MRV (MRVE3) apresentaram forte valorização nesta quarta-feira (13) após os resultados do segundo trimestre de 2025 (2T25), com desempenho positivo no Brasil e negativo no exterior. A ação da construtora subiu 6,63%, para R$ 6,92.
A empresa divulgou, como previsto pelo JPMorgan, resultados aquém do esperado no segundo trimestre de 2025 em 12 de agosto. A perda líquida ajustada totalizou aproximadamente R$ 775 milhões, resultando em uma redução de 14% no valor contábil em comparação com o trimestre anterior, devido ao impairment de ativos da Resia agora considerados como mantidos para venda, já informado em meados de julho. Esse fator neutralizou a expressiva receita e a robusta margem bruta da companhia.
O JPMorgan manteve a recomendação de compra para a MRV, com preço-alvo de R$ 6.
A XP considerou que a MRV teve desempenho variado no segundo trimestre de 2025, influenciado pelas dificuldades da Resia, ainda que as atividades no Brasil tenham evidenciado recuperação.
A Resia registrou perdas ampliadas de R$ 887 milhões, acima da projeção de R$ 826 milhões, sobretudo em razão do reconhecimento de perdas esperadas e da deterioração nos resultados financeiros e participações minoritárias.
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A XP destaca que, apesar do impacto da Resia ter influenciado os resultados consolidados, o desempenho sólido das operações brasileiras gerou uma reação positiva nas ações.
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O Santander, na avaliação do banco, apresentou resultados consolidados fracos, refletindo o previsto provimento dos projetos e do portfólio de terrenos da Resia.
As maiores receitas do que o previsto na MRV Desenvolvimento equilibraram o desempenho aquém do esperado da Luggo, gerando um EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) ajustado das operações brasileiras de R$ 479 milhões, 6,9% acima das nossas estimativas. No total, o lucro líquido das operações no Brasil foi de R$ 75 milhões, em linha com nossas projeções, pois impostos e participações minoritárias acima do esperado compensaram os números operacionais positivos.
O Morgan reiterou sua recomendação neutra e o preço-alvo de R$ 7.
O Goldman Sachs considera que o lucro líquido atingiu o esperado, levando em conta o recente provimento sobre os ativos da Resia, porém houve uma surpresa positiva na receita líquida, que ficou 9% superior às projeções do banco e 8% acima do consenso da Bloomberg, e no lucro bruto, que apresentou um crescimento de 12% em relação às estimativas.
O lucro líquido da MRV Brasil atingiu R$ 100 milhões, o primeiro resultado positivo desde o 3T24. Contudo, a margem do backlog manteve-se estável, e o principal foco permanece a alavancagem, que aumentou significativamente: a relação dívida líquida mais parcelas de terrenos sobre o patrimônio líquido subiu de 0,48 no 1T25 para 0,60 no 2T25, o maior patamar desde o 4T22.
A utilização da capacidade financeira da MRV (dívida líquida mais passivo de cessão de crédito/ patrimônio líquido) atingiu 198%, em comparação com 171% no período anterior. O principal desafio nos próximos trimestres será diminuir consideravelmente esse índice, preservando a avaliação Neutra da ação pela Goldman Sachs.
O banco americano manteve a recomendação neutra e meta de preço em R$ 6.
Fonte por: InfoMoney