“Não existe a menor chance de retrocesso”, afirma Moraes ao Washington Post

O ministro do Supremo Tribunal Federal declara que narrativas falsas de apoiadores de Bolsonaro comprometem o relacionamento com os Estados Unidos e ass…

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), declarou em entrevista ao jornal The Washington Post, divulgada na segunda-feira (18), que não tem intenção de ceder “nem uma única medida” no processo que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores, mesmo após ter recebido sanções do governo dos Estados Unidos.

“Não há a menor possibilidade de recuar um milímetro sequer”, disse Moraes ao jornal, que o chamou de “xerife da democracia”. “Faremos o que é certo: receberemos a acusação, analisaremos as provas, e quem deve ser condenado será condenado, e quem deve ser absolvido será absolvido.”

O ministro sofreu sanções aplicadas pela Casa Branca mediante a Lei Magnitsky, mecanismo utilizado para punir indivíduos acusados de violações de direitos humanos.

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O ministro Alexandre de Moraes acusa o governo de Donald Trump de conduzir uma suposta “caça às bruxas” contra Jair Bolsonaro, alegação que ele classifica como “narrativa falsa”.

Incluem-se o congelamento de ativos nos Estados Unidos, a proibição de operações com cidadãos e empresas norte-americanas e restrições ao emprego de cartões de crédito de empresas dos EUA.

“É agradável passar por isso? Claro que não. Mas é necessário. Enquanto houver necessidade, a investigação continuará”, afirmou Moraes ao jornal.

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O ministro mencionou o julgamento do denominado “núcleo central” da suposta trama golpista de 2022, que será analisado pela Primeira Turma do STF entre os dias 2 e 12 de setembro. Bolsonaro é réu nesse processo e mantém prisão domiciliar desde 4 de agosto.

Ao responder a perguntas sobre o alcance de suas decisões e decretos em relação a redes sociais, como o X (antigo Twitter), o ministro justificou a atuação como medida preventiva contra ataques à democracia.

Compreendo que, para uma cultura americana, seja mais difícil reconhecer a fragilidade da democracia devido à ausência de golpes em seu território. No entanto, o Brasil experimentou anos de ditadura sob Vargas, seguidos por 20 anos de ditadura militar e inúmeras tentativas de golpe.

Histórias inventadas.

O ministro também responsabilizou aliados de Bolsonaro por comprometer a relação entre os dois países. Ele mencionou a atuação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que reside nos EUA e se apresenta como interlocutor com o governo Trump. Segundo Moraes, o filho do ex-presidente foi um dos responsáveis por “envenenar o relacionamento” entre as nações.

Essas narrativas falsas, alimentadas pela desinformação nas redes sociais, prejudicam uma análise histórica, afirmou.

O fortalecimento da postura diplomática ocorre em razão da guerra comercial iniciada por Trump, que aplicou uma taxa de 50% sobre produtos brasileiros, considerada por especialistas como uma retaliação política.

Fonte por: InfoMoney

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