Nvidia e AMD planejam direcionar 15% de suas vendas de chips para a China, segundo informações divulgadas por veículos de imprensa

O acordo, visto pelo Financial Times como um “quiproquó sem precedentes”, tornaria o governo de Donald Trump um parceiro das gigantes de tecnologia amer…

11/08/2025 7:28

2 min de leitura

A Nvidia (BDR: NVDC34) e a AMD (A1MD34) chegaram a um acordo para destinar 15% da receita proveniente das vendas de chips de inteligência artificial para a China ao governo dos Estados Unidos, em uma medida inédita para facilitar as exportações, conforme dados divulgados pelos jornais Wall Street Journal, Financial Times e The New York Times.

Conforme informações divulgadas, o acordo foi finalizado após uma reunião, na última quarta-feira (6), entre o diretor executivo da Nvidia, Jensen Huang, e o presidente Donald Trump. Dois dias depois, o Departamento de Comércio iniciou a emissão de licenças para a exportação do chip H20, da Nvidia, e do MI308, da AMD. As vendas desses modelos estavam suspensas desde abril devido a restrições de segurança.

De acordo com o Financial Times, a ação representa um cenário inédito, visto que não há histórico de empresas americanas pagando parte da receita para obter licenças de exportação. O montante repassado ao governo ainda não possui destinação definida. Estimativas da Bernstein indicam que a Nvidia poderia vender 1,5 milhão de unidades do H20 em 2025, gerando aproximadamente US$ 23 bilhões, enquanto a AMD poderia faturar US$ 800 milhões com o MI308.

O New York Times relata que o acordo pode gerar mais de 2 bilhões de dólares para o governo americano. O H20 foi desenvolvido em 2023 para atender ao mercado chinês, após restrições impostas pela gestão Biden a chips mais avançados. Embora menos potente que modelos de ponta, o chip é considerado por especialistas em segurança como capaz de impulsionar as capacidades de IA da China, incluindo aplicações militares.

Leia também:

Críticos internos e externos ao governo se opuseram à liberação, argumentando sobre o risco de vantagem estratégica dos Estados Unidos. “Pequim deve estar exultante ao ver Washington transformar licenças de exportação em fontes de receita”, afirmou Liza Tobin, ex-membro do Conselho de Segurança Nacional, ao Financial Times.

A Nvidia declarou, em comunicado enviado ao WSJ, que cumpre as normas que o governo dos EUA define para sua atuação nos mercados globais e reiterou que seus chips não possuem backdoors ou riscos de controle remoto.

As licenças para Nvidia e AMD foram algumas das poucas concedidas no âmbito de negociações comerciais em curso entre Washington e Pequim. O governo Trump mantém a restrição para que a China adquira semicondutores mais sofisticados, mas almeja que empresas americanas dominem o fornecimento de tecnologia em escala global.

Fonte por: InfoMoney

Autor(a):