O advogado de Zambelli declara que a deputada “não tem intenção de cumprir pena no país”

Ele afirmou que Zambelli partiu do país, alegando que as dez anos de prisão determinadas pelo STF eram “exorbitantes” e “ideológicas”.

15/08/2025 18:17

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O advogado Fábio Pagnozzi, que defende a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), declarou que ela cumpriria sua pena no Brasil. Ele justificou a decisão da parlamentar por considerar os 10 anos de prisão determinados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) “exorbitantes” e “ideológicos”. A entrevista foi concedida à GloboNews nesta sexta-feira, 15.

Carla Zambelli não se opõe a cumprir pena no Brasil. O que ela sempre disse é que deseja estar em um país onde possa ser julgada por pessoas imparciais. Portanto, o momento atual do governo aqui (no Brasil) é onde Carla não quer ser julgada ou cumprir pena. Ela foge, hoje, realmente das penas exorbitantes e penas ideológicas do Supremo.

Zambelli recebeu condenação a 10 anos de prisão e a perda do cargo de deputada por ter liderado intelectualmente um ataque hacker ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Nesse caso, um mandado de prisão falso contra o juiz Alexandre de Moraes, do STF, foi inserido no sistema da instituição.

A condenação de Zambelli deve ser aumentada em mais cinco anos. Em outro processo, a parlamentar é julgada por ter perseguido o jornalista Luan Araújo com uma arma em punho nas vésperas da eleição de 2022. A Corte já formou maioria para condená-la, e apenas Kassio Nunes Marques votou contra, nesta sexta-feira.

Antes de ser presa em decorrência de sua primeira condenação, Zambelli fugiu para a Itália, país no qual é cidadã. A deputada permaneceu dois meses em estado de fuga na nação europeia, até ser denunciada por um deputado local e presa pela polícia. Atualmente, ela se encontra na prisão feminina Germana Stefanini.

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Um processo de extradição contra a deputada pode enviá-la de volta para o Brasil. Contudo, conforme o Estadão demonstrou, todo o procedimento pode demorar até dois anos. A defesa de Zambelli solicita que ela aguarde esse período em prisão domiciliar, alegando que a congressista possui condições médicas que não podem ser atendidas na cadeia.

O advogado Pagnozzi declarou que a deputada entrou em greve de fome e, consequentemente, apresentou sintomas durante a audiência de extradição promovida pelo Tribunal de Apelação de Roma, na Itália, na última quarta-feira, 13. A parlamentar teria sofrido uma queda e um impacto na cabeça ao se deslocar para a reunião.

A deputada enfrentou duas tentativas de suicídio, estando internada durante as eleições após o incidente com a arma. Seu advogado declarou que ela possui problemas cardíacos e removeu um tumor cerebral há alguns anos. Segundo ele, os laudos médicos serão apresentados ao juiz responsável em 18 de agosto, e o magistrado definirá se ela ficará sob regime de aguardo em casa, semiaberto ou na prisão em 27 de agosto.

Fonte por: InfoMoney

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