Parte do mercado espera o Índice de Preços ao Consumidor de julho nos Estados Unidos, a ser publicado na terça-feira (12), com expectativa de um resultado levemente inferior às estimativas. Informações de swaps de inflação indicam uma variação anual de 2,76%, em contrapartida à projeção mediana de 2,8% levantada pela Bloomberg.
De acordo com analistas do Morgan Stanley, essa diferença representa uma variação negativa de 0,25 desvio-padrão em relação ao consenso, o que poderia indicar uma queda de 0,1% no DXY, índice que mede a força do dólar em relação a outras moedas, o que implicaria uma desvalorização global da moeda americana até as 10h desta terça-feira, se essa aposta estiver correta.
Economistas preveem que a leitura se manterá compatível com as previsões dos swaps, mesmo com o efeito de tarifas elevadas em certos produtos.
A expectativa de um resultado moderado na CPI sustenta a alta probabilidade de corte de juros pelo Federal Reserve em setembro, atualmente estimada em aproximadamente 90% pelo mercado. Esse cenário se fortaleceu após o relatório de empregos fraco divulgado em 1º de agosto e a nomeação de Stephen Miran como membro do Fed, interpretado por investidores como um aliado de uma política monetária mais branda e de um dólar mais desvalorizado.
Na segunda-feira, o mercado de ações norte-americano perdeu ímpeto, com o S&P 500 próximo das máximas históricas e a maioria das ações do índice apresentando queda. A taxa dos títulos do Tesouro de 10 anos recuou dois pontos-base, para 4,27%, enquanto o dólar avançou 0,2%. Investidores evitaram movimentos significativos antecipando o CPI, considerando que um resultado superior ao projetado diminuiria as perspectivas de redução das taxas de juros e poderia gerar correções mais acentuadas nos preços dos ativos.
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Previsões indicam que o núcleo do IPCA, que exclui alimentos e energia, deve aumentar 0,3% em julho, a maior variação mensal desde o início do ano. Essa evolução reflete parcialmente o repasse de tarifas em setores como móveis e bens de consumo duráveis, embora a inflação de serviços essenciais permaneça controlada.
Analistas projetam reações contrastantes no mercado em função do resultado: dados em linha ou inferiores às previsões podem elevar o S&P 500 em até 2%, enquanto uma leitura superior ao esperado pode provocar quedas próximas de 3%. Uma pesquisa da 22V Research aponta que 43% dos investidores antecipam uma reação “mista” na CPI, 39% preveem cenário “risk-off” (prejudicial para ativos de risco) e apenas 18% esperam movimento “risk-on” (benéfico para ativos de risco).
Apesar das dúvidas, as perspectivas para o mercado de ações permanecem positivas. O JPMorgan aumentou a probabilidade de alta do S&P 500 para 70%, e o Citigroup revisou a projeção de fechamento do índice em 2025 para 6.600 pontos, com base em resultados empresariais superiores ao esperado.
Fonte por: InfoMoney