Os EUA dislocam porta-aviões e navios de guerra à Venezuela e alertam o presidente Maduro sobre o uso de “toda a força” americana

Operações militares são realizadas em resposta à identificação de cartéis latino-americanos como organizações terroristas; Caracas retalia com a mobiliz…

19/08/2025 19:29

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Três porta-destreiros da Marinha dos Estados Unidos, munidos de sistemas de mísseis guiados Aegis, deverão se posicionar próximos à costa da Venezuela ainda nesta semana, de acordo com informações de autoridades americanas divulgadas pela agência Reuters.

A mobilização faz parte de uma ofensiva militar conduzida pelo governo Donald Trump para combater o tráfico de drogas internacional, com ênfase em cartéis da América Latina que, de acordo com Washington, atuam como redes terroristas transnacionais.

A ação representa um novo escalonamento no já conflituoso relacionamento entre Estados Unidos e Venezuela. Paralelamente, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, declarou que o presidente Trump está pronto para empregar “toda a força americana” contra o regime de Nicolás Maduro, que qualificou como um “cartel do narcotério”.

A palavra “power” foi interpretada por analistas como um indicativo de possível força militar.

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Cartões são rotulados como terroristas.

Desde fevereiro, Trump expandiu o âmbito da segurança nacional ao classificar formalmente grupos como o Cartel de Sinaloa (México), o Tren de Aragua (Venezuela) e outras organizações do tráfico como “organizações terroristas estrangeiras”. A designação, anteriormente restrita a grupos como Al-Qaeda ou Estado Islâmico, possibilitou legalmente operações militares diretas fora do território americano.

A operação militar, que deverá incluir 4 mil fuzileiros navais e marinheiros enviados para o Caribe e América Latina, foi autorizada por uma diretriz presidencial assinada em sigilo neste mês. O jornal The New York Times informou que a ordem possibilita o emprego de tropas para prender integrantes desses cartéis, em águas territoriais ou em áreas aéreas sob vigilância.

Maduro mobiliza 4,5 milhões de milicianos em retaliação aos EUA

A reação do governo chavista foi imediata. Na segunda-feira (18), Maduro anunciou um “plano especial” de mobilização de 4,5 milhões de milicianos venezuelanos para “assegurar a cobertura de todo o território nacional”, em meio ao que ele descreveu como “renovação das ameaças” dos Estados Unidos. O plano foi divulgado pela televisão, sem informações sobre a logística ou o funcionamento da suposta ativação das forças civis armadas.

Maduro também acusou os EUA de adotarem uma política de perseguição contra migrantes venezuelanos. De acordo com o governo, 66 crianças permanecem “sequestradas” em território americano, após terem sido separadas de seus pais durante procedimentos de deportação. O país exige o retorno imediato dos menores.

Dobramento de prêmios

No início do mês, Trump anunciou que aumentou a recompensa por informações que levem à captura de Nicolás Maduro: de US$ 25 milhões para US$ 50 milhões. O líder venezuelano é acusado pelos EUA de ser um dos principais operadores do tráfico global de drogas, com envolvimento direto em redes de contrabando de drogas e armas, além de supostas ligações com cartéis mexicanos.

A comunicação da Casa Branca alinha-se com os esforços de Trump para fortalecer sua política de segurança e imigração – questões fundamentais da campanha presidencial nos Estados Unidos – ao mesmo tempo em que aumenta a pressão sobre governos hostis, como Cuba e Venezuela.

Fonte por: InfoMoney

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