Pedido de Trump à China sobre soja é considerado ofensivo ao Brasil, afirma Celso Amorim
Analista da Presidência da República considera existência de estratégia para prejudicar o país e ressalta a importância do diálogo com Pequim.
O assessor especial da Presidência, Celso Amorim, destacou que o movimento recente de Donald Trump em relação à China transcende a disputa comercial tradicional e adquire aspectos hostis ao Brasil.
O presidente americano teria pedido a Pequim que aumentasse em quatro vezes a compra de soja dos Estados Unidos, o que, na avaliação de Amorim, representaria “quase um estado de guerra” contra os interesses brasileiros.
Amorim afirmou, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, na segunda-feira (11), que a China dificilmente abandonará a parceria estratégica com o Brasil, mas defendeu a manutenção de canais permanentes de diálogo. Para ele, a proposta americana não decorre de ganho competitivo, mas sim do uso deliberado de pressão política e econômica.
A soja é um dos principais produtos exportados do Brasil para a China e assegura grande parte do desempenho da balança comercial agrícola do país. Uma diminuição nessa procura geraria impacto direto sobre o setor e, por conseguinte, sobre a economia nacional.
O pedido de Trump foi atendido poucas horas antes dos Estados Unidos estenderem por 90 dias a tregua tarifária com Pequim. Sem a extensão, impostos americanos sobre produtos chineses retomariam a aplicação nesta segunda-feira (11).
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Em meio à escalada das tensões, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) telefonou na noite desta segunda-feira para o líder chinês, Xi Jinping, a pedido do próprio governo brasileiro. A conversa concentrou-se na guerra tarifária imposta pelos Estados Unidos.
Fonte por: InfoMoney