Petrobras avança 10% com notícia da entrada da Petrobras: o que indica para as empresas?

A Petrobras analisa a possibilidade de retornar à produção de etanol, visando a otimização e expansão da área, segundo reportagem.

18/08/2025 12:26

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As ações da Raízen (RAIZ4) apresentaram forte alta nesta segunda-feira (18), impulsionadas pela notícia de que a Petrobras (PETR4) avalia uma entrada estratégica na companhia, joint venture entre a Cosan e a Shell, como parte de seu plano de retorno ao mercado de etanol e de expansão em energia limpa. Até as 11h02, as ações da Raízen subiam 10,52%, a R$ 1,15.

De acordo com apuração do O Globo, as opções em análise abrangem a aquisição de ativos ou a compra de participação acionária, com decisão prevista até o final de 2025. A Raízen, maior produtora mundial de etanol de cana-de-açúcar, detém 29 unidades e uma rede de mais de 8 mil postos Shell, porém registrou recentemente prejuízo de R$ 1,8 bilhão frente a desafios do setor.

A iniciativa pode fortalecer a estratégia de diversificação da Petrobras, porém enfrenta barreiras como a cláusula de não concorrência com a Vibra (VBBR3), válida até 2029. A medida está em consonância com o plano estratégico 2025-2029 da empresa, que estima US$ 111 bilhões em investimentos, dos quais US$ 2,2 bilhões serão direcionados para o etanol, com ênfase em parcerias que impulsionem o crescimento da atuação.

A movimentação pode causar apreensão entre investidores na Petrobras, considerando que o setor é historicamente volátil e possui margens baixas em um mercado doméstico intensamente abastecido por etanol de milho.

De acordo com a análise dos especialistas, qualquer investimento da Petrobras na Raízen deveria evitar a área de distribuição, em razão das cláusulas de não concorrência estabelecidas com a Vibra (VBBR3), válida até 2029.

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A Ativa Investimentos, por sua vez, aponta que o foco da Petrobras deveria permanecer na exploração e produção (E&P), atividade de maior retorno e alinhada ao seu core business. Contudo, considerando que o plano estratégico atual já prevê aportes significativos em biocombustíveis, a associação com um player de destaque como a Raízen se justifica e seria uma decisão sensata nesse cenário.

O ponto de atenção, conforme a corretora, é a área de distribuição de combustíveis: não está claro se a parceria também incluiria esse segmento, diante da cláusula de não competição firmada entre Petrobras e Vibra, válida até 2029. Caso essa restrição seja impeditiva, a Ativa avalia que as duas companhias poderiam costurar um acordo para manter a estatal fora da rede de postos.

Fonte por: InfoMoney

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