Plenário analisa novamente paralisação devido à postergação da análise sobre o encerramento do foro privilegiado
O partido busca a aprovação da extinção do foro e da anistia para o dia 8 de janeiro; a estratégia atual evita confronto direto com Hugo Motta.
A PL anunciou que retomará a obstrução das votações na Câmara dos Deputados, após o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), ter adiado a análise da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que extingue o foro privilegiado.
A decisão, contudo, será menos rigorosa que a da semana passada, quando parlamentares da oposição chegaram a invadir a sessão e obstruir fisicamente as votações.
O líder do partido, Sostenes Cavalcante (RJ), informou que a obstrução será realizada por meio de mecanismos previstos no regimento interno, incluindo pedidos de verificação de quórum, visando retardar as votações. A previsão é que o projeto retorne à pauta até a próxima quinta-feira (14).
Entendemos que isso (não pautar a pauta), mas não cessaremos nossa obstrução. Na quinta-feira, aguardamos a pauta e, na semana seguinte, resolveremos a questão, declarou.
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A decisão de não confrontar diretamente a Mesa Diretora foi vista por líderes de outros partidos como um “teste” para avaliar o efeito político da pressão. Na semana passada, 14 deputados tiveram suas condutas encaminhadas à Corregedoria da Câmara, o que provocou apreensão em relação a possíveis sanções internas.
Ademais, a oposição reivindica a votação do projeto de anistia aos participantes dos atos golpistas de 8 de janeiro, o que poderia favorecer Jair Bolsonaro.
Orientações de Bolsonaro
Em regime de prisão domiciliar, Jair Bolsonaro tem orientado a bancada do PL sobre como lidar com a crise na Câmara. De acordo com aliados que o visitaram, informados ao jornal O Globo, Bolsonaro considerou positiva a obstrução da semana passada, embora tenha reconhecido falhas na execução da estratégia.
O ex-presidente solicitou que seus parlamentares exercessem paciência com Hugo Motta e evitem intensificar o embate. Segundo ele, é necessário permitir que as reivindicações do partido – como o fim do foro e a anistia – se desenvolvam sem gerar mais prejuízo com a presidência da Câmara.
Na terça-feira (12), Sostenes adotou um tom mais comedido na reunião de líderes, apresentando as demandas do PL sem ataques diretos a Motta, em oposição à postura da semana anterior.
Fonte por: InfoMoney