Preços da carne sobem para níveis recordes nos EUA, com tarifas elevadas, atingindo até R$ 143 por quilo

Aumento de preços para hambúrgueres e churrascos devido à menor oferta interna e à redução nas importações.

19/08/2025 11:37

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Os preços da carne bovina nos Estados Unidos alcançaram níveis recordes em julho e seguem sob pressão, devido à combinação de estoques domésticos baixos e tarifas de importação implementadas pelo governo Trump.

De acordo com o Departamento de Estatísticas de Trabalho (BLS), o índice de carne bovina e vitela aumentou 2,5% em julho, totalizando um acúmulo de alta de 11,3% em 12 meses. O preço médio da carne moída atingiu US$ 6,34 por libra (equivalente a R$ 76 por quilo), enquanto o de bifes crus alcançou US$ 11,88 por libra (R$ 143/kg) – ambos em níveis recordes. Um ano antes, esses valores eram de US$ 5,62/lb (R$ 68/kg) e US$ 10,86/lb (R$ 60/kg), respectivamente.

O Departamento de Agricultura (USDA) aponta que o rebanho de bovinos nos Estados Unidos totaliza 94,2 milhões de cabeças, em comparação com 94,4 milhões em 2020. A previsão oficial indica uma queda na produção de carne para 31,1 bilhões de libras em agosto de 2026, o nível mais baixo desde 2019.

A oferta restrita reflete preços mais elevados para criadores e frigoríficos. O relatório WASDE de agosto indica redução nas projeções de abate e de peso médio dos animais em 2025, prolongando a escassez. “A força recente dos preços e a resiliência da demanda sustentam a valorização do gado, e isso está sendo carregado para 2026”, informou o USDA.

Imposto sobre o Brasil altera o cenário.

A política do governo Trump de aplicar tarifas de 50% nas exportações brasileiras, que corresponderam a 27% das importações de carne bovina dos EUA em 2025, ameaça intensificar o desequilíbrio. O USDA já reduziu as projeções de importações para 2025 e 2026, justificando-o por “menores embarques devido às tarifas mais elevadas, especialmente do Brasil”.

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Segundo o Wall Street Journal, o CEO da JBS USA, Wesley Batista Filho, declarou que não existe alternativa imediata capaz de substituir o fluxo brasileiro. Austrália e outros exportadores não possuem volume suficiente para preencher essa lacuna. O resultado será uma disputa mais acirrada por cortes magros de carne, essenciais para a produção de hambúrgueres.

A pressão já se faz sentir nas redes de fast-food. O Wall Street Journal relata que, sem a gordura importada do Brasil, empresas estão tendo que recorrer a cortes nobres do gado americano, como o round primal (parte traseira), para compor a carne moída. Esse redirecionamento pode encarecer também bifes e churrascos. “Esse lean vai ter que vir de algum lugar”, disse Batista Filho. “As coisas vão ter que se ajustar”.

Fonte por: InfoMoney

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