Raízen enfrenta desafios iniciais: ações perdem valor após divulgação de balanço e se aproximam de patamares de “centavos”

Aumento de capital também gera pressão sobre as ações.

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As ações da Raízen (RAIZ4) caem mais de 10% nesta quinta-feira (14), após a divulgação dos resultados. Às 10h23 (horário de Brasília), os papéis desabavam 13,33%, a R$ 1,04, aproximando-se da casa dos centavos; no ano, a queda é superior a 40%.

A empresa obteve prejuízo líquido de R$ 1,8 bilhão no primeiro trimestre da safra 2025/26, após apresentar lucro de R$ 1,1 bilhão no mesmo período da safra anterior (2024/25), devido à deterioração no desempenho operacional do período.

A XP Investimentos destacou que a Raízen teve um trimestre difícil, com começo complicado. Os resultados ficaram de acordo com o esperado, caracterizados por: (i) aumento do endividamento devido à troca de contratos com fornecedores por dívidas, elevando o endividamento líquido/EBITDA para 4,5 vezes; (ii) ganhos de eficiência operacional que consideramos não permanentes; (iii) condições climáticas desfavoráveis que diminuíram os volumes de moagem e restringiram a diluição de custos; e (iv) perdas em estoques na Distribuição de Combustíveis no Brasil, intensificadas por uma parada de manutenção mais longa do que o previsto na Argentina.

A empresa também continua avaliando de forma proativa, em conjunto com seus acionistas controladores, a viabilidade de um aumento de capital, com as discussões ainda em fase inicial.

A XP avalia que, no futuro, espera-se uma melhor distribuição de combustíveis, ainda que a ESB possa enfrentar ventos desfavoráveis no açúcar, apesar dos ganhos no etanol, o que pode pressionar a empresa a um aumento de capital.

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O Bradesco BBI considera que o EBITDA ajustado de R$ 1,9 bilhão ficou em sintonia com a projeção do banco, porém abaixo do esperado pelo mercado. A instituição também aponta que o período foi mais tranquilo, sem a intensa pressão da atividade comercial que afetou os resultados do quarto trimestre de 2025. A área de Mobilidade se destacou, com margem de R$ 149/m³ – superior ao patamar da Vibra/Ultrapar (R$ 115 a 118/m³) –, refletindo melhorias na eficiência e otimização dos níveis de estoque. O EBITDA de Açúcar e Renováveis alcançou R$ 862 milhões, em linha com as expectativas, mas com uma redução de 27% em comparação com o ano anterior, devido a volumes menores e menor diluição de custos.

Todavia, o saldo devedor cresceu significativamente, atingindo R$ 49 bilhões, de R$ 34 bilhões no 4T25, em decorrência do intenso escoamento de recursos, relacionado primordialmente ao término da maior parte das operações de financiamento a prestadores de serviços.

Após a publicação destes resultados, estamos revisando nossos modelos e introduzindo um novo preço-alvo para o ano de 2026 de R$ 2,00/RAIZ4 (contra R$ 2,80 para 2025). Nossas novas estimativas incorporam os níveis mais elevados de dívida líquida e os custos mais elevados, cujo efeito no EBTIDA foi parcialmente compensado por margens mais altas no segmento Mobilidade, ressalta o BBI. Para o banco, o modo de recuperação foi ativado, mas a desalavancagem continua sendo um desafio.

Fonte por: InfoMoney

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