A Sabesp (SBPS3) divulgou resultados do segundo trimestre de 2025 (2T25) que excederam significativamente as projeções do mercado, consolidando a recuperação da empresa. Até às 11h50, as ações da companhia avançavam 9,91%, em R$ 121,97.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) ajustado foi de R$ 3,4 bilhões, 11% superior à estimativa do Morgan Stanley e 10% acima do consenso, devido à diminuição dos custos operacionais e à reversão de provisões. O lucro líquido ajustado também ultrapassou as projeções, atingindo R$ 1,82 bilhão.
A receita líquida ajustada da empresa totalizou R$ 5,6 bilhões, apresentando um crescimento de 2,9% em relação ao ano anterior. O volume de vendas aumentou 1,8%, enquanto as tarifas médias subiram 1,1%, impulsionando a expansão da receita. Observou-se a eliminação de descontos concedidos a grandes consumidores, o que resultou em um ganho adicional de R$ 111 milhões no período.
A Sabesp, no controle de despesas, obteve uma redução de seus custos operacionais ajustados para aproximadamente R$ 2,2 bilhões, representando uma queda de 8% em relação ao trimestre anterior e 11% em base anual. Destaque para a diminuição de 10% nas despesas com pessoal, resultado de um programa de demissão voluntária que diminuiu o quadro de funcionários em cerca de 1.100 pessoas, e redução expressiva nos gastos com materiais e serviços. Por outro lado, as provisões para devedores duvidosos ascenderam a R$ 195 milhões, e os custos com eletricidade aumentaram 4% em comparação com o ano anterior.
Os investimentos mantiveram um ritmo acelerado, com desembolsos de R$ 3,6 bilhões no trimestre, aumento de 178% em relação ao mesmo período do ano anterior. A empresa possui uma carteira robusta de 542 projetos, totalizando R$ 35 bilhões em investimentos previstos até 2029.
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No âmbito financeiro, a dívida líquida aumentou 20% em comparação com o trimestre anterior, atingindo R$ 23,4 bilhões, com índice de endividamento de 1,9 vezes EBITDA ajustado. Em julho, a Sabesp emitiu novo crédito de R$ 4,9 bilhões, fortalecendo sua posição de caixa pro forma para R$ 12,9 bilhões.
Os analistas do Morgan mantêm recomendação de compra para a ação, com preço-alvo de R$ 128, ressaltando o perfil de investimento direto, com alto crescimento, forte governança ESG e bom risco-recompensa.
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O Itaú BBA avaliou os resultados como positivos, com o EBITDA ajustado superior às previsões, indicando um crescimento anual consistente. “Isso ocorreu devido a despesas mais baixas do que o esperado e a uma reversão de encargos, ao mesmo tempo em que a receita ajustada permaneceu dentro do esperado”, afirma o banco.
O BBA manteve recomendação equivalente a compra e preço-alvo de R$ 132,32.
A XP Investimentos considerou que a Sabesp obteve um EBITDA ajustado em torno de 12% superior às previsões, devido à recuperação tarifária para grandes consumidores mais rápida do que o esperado e à solidez nos volumes, que impulsionaram o crescimento da receita. No que tange aos custos, as despesas recorrentes ficaram aproximadamente 3% acima das projeções.
Apesar de certa oscilação nos valores divulgados, a XP avalia isso como normal, considerando a fase inicial da integração pós-privatização e as transformações culturais e operacionais em andamento sob a nova administração. Em resumo, os resultados confirmam a percepção do mercado de que a Sabesp segue o rumo correto para realizar sua reestruturação, provavelmente em um ritmo mais rápido do que o previsto, embora não necessariamente superior ao que já esteja refletido nos preços.
Com resultados ligeiramente superiores às projeções da Ativa, em razão de tarifas e volumes maiores faturados, e um novo desempenho notável na gestão de custos e despesas, a Sabesp reportou um EBITDA acima das expectativas.
Fonte por: InfoMoney