Sidney Oliveira, detido em operação que investigou esquema de propinas no estado de SP

Do ícone da publicidade televisiva, a Ultrafarma se tornou alvo de uma das maiores investigações tributárias do estado. A reviravolta na trajetória de Sidney Oliveira, 71 anos, fundador da Ultrafarma, que foi preso nesta terça-feira (12) na Operação Ícaro, conduzida pelo Ministério Público de São Paulo.

Promotores alegam que um auditor fiscal da Secretaria da Fazenda, apreendido na operação, utilizava credenciais e informações da Ultrafarma para liberar créditos de ICMS de maneira irregular, estabelecendo um “processo fechado” que teria gerado R$ 1 bilhão em propinas desde 2021.

O empresário foi localizado em sua residência, em Santa Isabel, na região metropolitana de São Paulo.

Infância Simples

Criado em Nova Olímpia, no interior do Paraná, Oliveira teve uma infância em uma família extensa e com dificuldades financeiras. Iniciou sua trajetória profissional aos 9 anos, trabalhando em uma farmácia, ao mesmo tempo em que desenvolvia sua leitura e escrita por meio de um programa de alfabetização para jovens e adultos. Posteriormente, no Paraná, estabeleceu sua primeira rede de farmácias, que foi vendida antes de se transferir para São Paulo.

A Criação da Ultrafarma

Em 2000, fundou a Ultrafarma com o objetivo de comercializar medicamentos genéricos a preços competitivos. O modelo se baseava no atendimento telefônico e online, e rapidamente alcançou destaque em nível nacional. Nas campanhas publicitárias, o próprio Sidney se apresentava promovendo ofertas e interagindo diretamente com os consumidores – estratégia que se tornou sua marca registrada.

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Crescimento e Diversificação

O negócio se apoiou em negociações diretas com fabricantes, grandes volumes de compra e margens reduzidas. A rede, com poucas lojas próprias e diversas licenciadas, investiu intensamente no e-commerce e expandiu o portfólio para suplementos, higiene e beleza. Marcas da casa foram divulgadas por celebridades como Neymar e Edu Guedes.

Controvérsias e Litígios Judiciais

Apesar do sucesso, a carreira de Sidney também foi marcada por ações judiciais. Ele já respondeu a acusações de sonegação de impostos e disputou batalhas na Justiça contra ex-parceiras. Em 2019, teve bens bloqueados pela Justiça Federal, e considerou o episódio como reação à sua política comercial agressiva.

Da Televisão à Política

Além de empresário, Sidney atuou em mídia. Apresentou “Roda a Roda” no SBT e estabeleceu parceria com a RedeTV para o programa “Ultra Show – Sidney Oliveira”. Na esfera política, declarou apoio ao prefeito paulistano Ricardo Nunes (MDB) em 2024, destacando a área da saúde como motivação.

O Incidente que Alterou o Curso dos Acontecimentos

A operação causou prejuízo não apenas para Sidney. Foram presos também o auditor fiscal Artur Gomes da Silva Neto e o diretor estatutário da Fast Shop, Mario Otávio Gomes. Os três são investigados por corrupção, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa. A Ultrafarma ainda não comentou as acusações.

Fonte por: InfoMoney