SIMH3 avança 10% após a venda da controlada Ciclus por valor bilionário

A operação possibilita à empresa diminuir seu endividamento no âmbito da holding e liberar capital por meio da venda de filiais sem cotação em bolsa.

20/08/2025 10:56

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As ações da Simpar (SIMH3) subiam nesta quarta-feira (20), após a holding anunciar a venda da controlada Ciclus Ambiental por R$ 1,9 bilhão. Às 10h25 (horário de Brasília), os papéis avançavam 10,05%, cotados a R$ 4,49.

De acordo com estimativas do JPMorgan, a operação representa múltiplos de 9,8 vezes Valor da Firma (EV)/EBITDA nos últimos doze meses (LTM) e 7,7 vezes EV/EBITDA projetado para 12 meses adiante, em comparação com 3,8 vezes da própria Simpar e 8,3 vezes dos pares globais de gestão de resíduos.

O JPMorgan considera a operação como positiva, permitindo que a empresa diminua seu endividamento no nível da holding (com liquidez de R$ 3 bilhões no segundo trimestre de 2025) e liberar valor por meio da venda de subsidiárias não listadas.

O JPMorgan, atualmente, avalia a Ciclus – que compreende a Ciclus Rio (aproximadamente 75% do EBITDA do 1º semestre de 2025) e a Ciclus Amazônia (cerca de 25%) – em R$ 1,2 bilhão, em consonância com os R$ 1,1 bilhão obtidos unicamente pela venda da Ciclus Rio. O anúncio, segundo a análise, não representa uma surpresa, considerando que a gestão já havia sinalizado discussões em andamento sobre a reestruturação do portfólio. Além disso, informações locais apontam para negociações ativas envolvendo a venda da Ciclus Amazônia, que opera em Belém (PA).

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O JPMorgan manteve a recomendação de compra e o preço-alvo de R$ 8,50.

O Bradesco BBI considerou a transação positiva para a Simpar, ressaltando que a venda da Ciclus Rio ocorreu a um múltiplo de 9,8 vezes o EBITDA LTM, superior aos 4,5x da própria Simpar.

A operação, conforme informado pelo banco, apresentou um resultado notável, elevando o patrimônio em aproximadamente 30% do valor de mercado da empresa, com base em um EBITDA modesto da Ciclus Rio (cerca de 2% do EBITDA LTM da Simpar).

A operação também diminui a dívida líquida da holding em 37%, com base nos dados do segundo semestre de 2025. Para o BBI, o movimento traz alívio em relação à alta alavancagem da Simpar, ao mesmo tempo em que fortalece a estratégia de obter valor de suas subsidiárias.

O relatório ainda aponta que a Simpar havia informado uma relação endividamento líquido/EBITDA de 3,6 vezes no segundo trimestre, um patamar que pode diminuir para cerca de 0,1 vez com a venda da Ciclus Rio. O banco ressalta que, ao considerar o peso de aproximadamente R$ 3 bilhões em ativos excedentes nas empresas Vamos (VAMO3), Automob (AMOB3) e JSL (JSLG3), a alavancagem seria de 3,4 vezes. A previsão é que esses ativos sejam gradualmente reduzidos, impulsionando a lucratividade.

O BBI ainda aponta que a Simpar detém outros ativos que podem ser reciclados no futuro, notadamente a possível venda de ativos portuários. Considerando projeções para 2028 de EBITDA entre R$ 325 milhões e R$ 400 milhões e dívida líquida entre R$ 425 milhões e R$ 475 milhões, e utilizando um múltiplo de 6 vezes EV/EBITDA, o valor da empresa poderia atingir de R$ 1,5 bilhão a R$ 1,9 bilhão.

A instituição financeira manteve sua recomendação de compra para as ações da Simpar, com preço-alvo de R$ 10,00, ressaltando que a empresa está em processo de redução de sua avaliação de mercado.

Fonte por: InfoMoney

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