Tarcísio pressiona deputados da MP do IOF, acusa Centrão de falta de palavra

Relator da medida provisória afirma que Centrão não honrou compromissos, enquanto Zarattini denuncia “acordo” firmado entre União Brasil, PP e Republicanos.

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(Imagem de reprodução da internet).

Tensão Política em Torno da MP do IOF

Em 8 de outubro de 2025, o deputado Carlos Zarattini (PT-SP), relator da Medida Provisória (MP) do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), destacou a pressão exercida pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), sobre demais deputados. Em entrevista à GloboNews, Zarattini ressaltou o desafio de garantir que os partidos comprometidos com o acordo cumprissem sua palavra, especialmente considerando o descumprimento por parte do União Brasil, PP e Republicanos.

O parlamentar criticou a utilização do tempo do governador para pressionar os congressistas, mencionando especificamente o trabalho de Ciro Nogueira (PP-PR) e Antonio Rueda (União Brasil) como presidentes de seus respectivos partidos. Segundo Zarattini, a situação está se transformando em uma disputa eleitoral, com o foco na gestão do Estado de São Paulo em detrimento do trabalho legislativo.

A comissão especial do Congresso aprovou o texto alternativo da MP do IOF com um placar apertado: 13 votos a favor e 12 contra. No entanto, o texto final, desidratado após análise na comissão especial, apresentou mudanças significativas em relação à proposta original.

Mudanças na MP do IOF e Resistência Política

Apesar de ser conhecida como MP do IOF, a proposta não alterou as alíquotas do tributo. A equipe econômica do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) elevou as alíquotas via decreto, mas negociou com o Congresso para reduzir as taxas cobradas. Para compensar essa diminuição, o governo criou a MP que estabelecia medidas como a isenção de Imposto de Renda sobre investimentos de renda fixa (LCI e LCA), a elevação da alíquota sobre a receita bruta das empresas de apostas e o aumento da alíquota sobre JCP (Juros sobre Capital Próprio).

O texto aprovado na comissão especial, no entanto, retirou a isenção de LCI e LCA, manteve a carga tributária sobre apostas e estabeleceu uma alíquota de 18% para JCP. Essas mudanças geraram resistência por parte dos congressistas, que buscavam manter as medidas de incentivo às fintechs com uma alíquota de 9%.

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Com a desidratação do texto, a expectativa é salvar entre R$ 15 bilhões e R$ 17 bilhões para o governo Lula, evitando uma perda de R$ 31,4 bilhões em dois anos. A aprovação da MP é crucial para garantir a arrecadação do governo, mas a pressão política e as negociações continuam sendo fatores determinantes.

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