Vettel defende que a F1 precisa acelerar para ser mais sustentável

Sebastian Vettel defende um maior compromisso da Fórmula 1 com a sustentabilidade e elogia jovens pilotos brasileiros em evento no Rio.

3 min de leitura

O tetracampeão mundial de Fórmula 1, Sebastian Vettel, esteve no Brasil na terça-feira, 12, para discutir mudanças climáticas e iniciativas de sustentabilidade. Apesar de expressar satisfação com o novo regulamento da categoria, que contempla combustíveis 100% sustentáveis, ele declarou que a Fórmula 1 deveria intensificar os esforços para se tornar mais ecológica.

A influência ambiental dos carros é pequena quando comparada com o restante da logística, como o deslocamento de pessoas entre corridas. Acredito que a Fórmula 1 já está fazendo muitas coisas com bastante empenho. Estou animado para o próximo ano, haverá algumas mudanças nas regras relacionadas ao motor. Essas medidas contribuem para uma pegada menor, mas não devemos parar por aí, porque há muito mais a ser feito.

Após a aposentadoria, o piloto alemão dedicou-se intensamente a questões climáticas e de justiça social – uma atitude que desperta atenção devido à origem no esporte ligado a um grande impacto ambiental. Vettel relatou que, com base em sua experiência como piloto, começou a analisar dados sobre o clima, o que, inicialmente, o levou a um cenário pessimista em relação ao futuro do planeta.

A repetição de viagens para os mesmos locais, com intervalos de um ano, exerceu uma influência significativa. Recorda-se a minha ida a lugares como a Malásia, com percursos até o circuito, repetidas vezes nos anos seguintes, e a floresta ficava próxima da pista, mas depois foi removida e desapareceu, restando apenas palmeiras para o cultivo de óleo de palma. A paisagem transformou-se e, naturalmente, começou a ouvir mais sobre a pegada de CO2 e a crise climática futura. Inicialmente, senti-me bastante triste e pessimista em relação ao futuro, devido aos números que não pareciam promissores. Contudo, comecei a procurar pessoas, a conhecer gente, a me abrir e a conversar, e o que obtive em troca foi muita positividade e otimismo.

LEIA TAMBÉM!

Vettel também descreveu como “impactante” a recente visita à Amazônia. O alemão declarou que levou tempo para se manifestar sobre questões importantes ao longo de sua carreira e acredita que isso representa um arrependimento.

“Comecei a retribuir um pouco tardiamente na minha trajetória profissional. Talvez essa seja uma das minhas maiores frustrações: não ter sido mais direto sobre os assuntos que são importantes para mim, pois acredito que os temas que tento abordar são relevantes para todos nós. Compartilhamos o mesmo planeta. Podemos ter gostos distintos.”

Ele espera que a nova geração de pilotos se posicione em relação a questões que transcendem os circuitos, utilizando Lewis Hamilton como modelo. Quanto à possibilidade de retornar à Fórmula 1 como piloto, afirmou que isso não é viável, mas expressou o desejo de atuar nos bastidores da categoria.

Vettel, em sua apresentação de 40 minutos, reservou pouco espaço para comentar o piloto brasileiro Gabriel Bortoleto, ainda assim o classificou como “promissor”.

Ele ainda é jovem, mas acredito que está aprendendo rapidamente e evoluindo gradualmente. Parece que está seguindo a direção correta. O carro não é muito potente, mas provavelmente isso o ajuda a desenvolver todos os mecanismos importantes na Fórmula 1. Seria ótimo vê-lo se aproximando do topo nos próximos anos. Como eu disse, ele parece muito promissor. Tenho certeza de que estará por ali por muito tempo. Então, após a seca de pilotos brasileiros, acredito que o Brasil poderá desfrutar de bons momentos por muitos anos.

Fonte por: InfoMoney

Autor(a):

Sair da versão mobile