O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, obteve o apoio da Europa e da Otan neste domingo (10), antecipando a cúpula entre Rússia e Estados Unidos que se realizará nesta semana, momento em que Kiev teme que Vladimir Putin e Donald Trump busquem impor os termos para finalizar a guerra de três anos e meio.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que há semanas vinha ameaçando novas sanções contra a Rússia por não ter conseguido interromper o conflito, anunciou na sexta-feira passada que realizará uma cúpula com Putin no Alasca em 15 de agosto.
Um assessor da Casa Branca afirmou, no sábado que Trump está aberto à participação de Zelensky, contudo, os preparativos atuais são para uma reunião bilateral com Putin.
Na semana passada, o chefe do Kremlin rejeitou a ideia de um encontro com Zelensky, afirmando que as condições para tal reunião “ainda não estão prontas”.
Trump afirmou que um eventual acordo envolveria “alguma troca de territórios para a melhoria de ambos (os lados)”, uma declaração que intensificou a preocupação ucraniana de que poderá enfrentar pressão para ceder mais terras.
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Zelensky afirma que qualquer decisão tomada sem a Ucrânia ser consultada será “inútil” e inviável. No sábado, os chefes do Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Polônia, Finlândia e da Comissão Europeia declararam em um comunicado conjunto que qualquer solução diplomática deve assegurar os interesses de segurança cruciais da Ucrânia e da Europa.
Os Estados Unidos possuem a capacidade de obrigar a Rússia a negociar de forma séria, afirmou a chefe de política externa da UE, Kaja Kallas, no domingo. “Qualquer acordo entre os EUA e a Rússia deve incluir a Ucrânia e a UE, pois trata-se de uma questão de segurança para a Ucrânia e para toda a Europa.”
Os ministros das Relações Exteriores da União Europeia se reunirão na segunda-feira para discutir os próximos passos.
O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, declarou à rede americana ABC News que a cúpula de sexta-feira “será para testar Putin, para saber se ele está levando a sério o fim desta terrível guerra”.
Ele complementou: “É, evidentemente, acerca das garantias de segurança, mas também sobre a necessidade absoluta de reconhecer que a Ucrânia decide seu próprio futuro, que a Ucrânia deve ser uma nação soberana, decidindo seu próprio futuro geopolítico”.
A Rússia, que lançou uma invasão em larga escala da Ucrânia em fevereiro de 2022, atualmente controla quase um quinto do território ucraniano.
Rutte afirmou que um eventual acordo de paz não contemplaria o reconhecimento legal do domínio russo sobre territórios ucranianos, ainda que pudesse haver o reconhecimento de realidade.
Ele a comparou com o que aconteceu após a Segunda Guerra Mundial, quando os Estados Unidos admitiram que os estados bálticos da Letônia, Lituânia e Estônia estavam sob controle efetivo da União Soviética, porém não o reconheceram legalmente.
Zelensky declarou no domingo: “O encerramento da guerra deve ser justo, e sou grato a todos que estão ao lado da Ucrânia e do nosso povo hoje”.
A União Europeia apresentou uma contraproposta à proposta de Trump, porém não divulgou informações sobre ela. Autoridades russas acusaram a Europa de tentar prejudicar os esforços de Trump para encerrar o conflito.
Fonte por: InfoMoney