Zema evita contato direto com a família Bolsonaro após Carlos usar o termo “ratos” para se referir aos governadores

Apoiadores do PL criticaram o ato do governador mineiro de se candidatar à Presidência, considerando que o evento ocorreu em seguida à prisão do ex-pres…

19/08/2025 8:39

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O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), evitou acirrar tensões após as críticas de Carlos Bolsonaro (PL-RJ), que classificou governadores de direita como “ratos” e os acusou de oportunismo político em publicação amplamente divulgada, com apoio do irmão, Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

Apesar da interpretação da mensagem como uma crítica ao governador de Minas Gerais, que anunciou sua pré-candidatura à Presidência no último fim de semana em São Paulo, assessores de Zema declaram que ele não tem intenção de alterar seus planos nacionais nem se desculpar.

Estamos alinhados com as mesmas propostas, buscando os mesmos objetivos. Fico até surpreso e compreendo. Me solidarizo com a família que vive um momento difícil. Continuamos caminhando juntos. Até marido e mulher discordam, então o que dizer de partidos políticos diferentes?

De acordo com relatos, a campanha de Zema adota um rumo caracterizado como “direita liberal”, com semelhanças específicas com o bolsonarismo, porém sem adesão automática. A estratégia contempla articulações distintas com outros nomes da direita, como Ratinho Júnior (PSD-PR), Ronaldo Caiado (União-GO) e Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), mantendo uma linha editorial centrada no combate ao PT, na diminuição do tamanho do Estado e na segurança pública.

A insatisfação da família Bolsonaro foi causada pelo momento selecionado para o anúncio da pré-candidatura. Apoiadores do PL criticaram que o evento ocorreu logo após o arresto do ex-presidente Jair Bolsonaro, considerando o lançamento como uma tentativa de ocupar espaço político.

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Em uma situação parecida, foi registrada em março deste ano, quando Ronaldo Caiado lançou sua pré-candidatura logo após denúncias da Procuradoria-Geral da República, também gerando desconforto entre bolsonaristas.

Apesar das críticas da população, apoiadores de Zema reduzem a chance de agravamento da crise ou da necessidade de desculpas.

Carlos sempre teve posições mais extremas. E, com a prisão iminente do pai, é compreensível o desespero e o incômodo dele com o contexto. A direita está mais unida do que nunca, e sairemos todos juntos desta eleição, sem sombra de dúvidas – afirmou Fred Papatella, presidente do Novo em Belo Horizonte.

A base bolsonarista em Minas tem se manifestado a favor do candidato que ainda será escolhido por Jair Bolsonaro, que, até o momento, não demonstra intenção de mudar de posição. O deputado estadual Caporezzo (PL-MG) considerou que as críticas de Carlos Bolsonaro decorrem da situação atual, ao mesmo tempo em que levantou dúvidas sobre o papel de outros nomes da direita.

A maior demonstração da assertividade de Carlos é que, se houvesse algum candidato de direita além de Jair Bolsonaro, certamente teria participado das manifestações de 3 de agosto. É fácil se declarar de direita adotando o antipetismo; difícil é tomar uma posição com coragem e assumir protagonismo quando quem costuma fazê-lo está preso injustamente.

O vice-governador Mateus Simões (Novo) tentou amenizar a situação, declarando que a família Bolsonaro atravessa um período delicado e evitando comentários sobre Carlos.

A família necessita de nossa solidariedade. Discordâncias partidárias são compreensíveis, mas continuamos acreditando que o Brasil precisa se mobilizar com alternativas ao lulismo.

Fonte por: InfoMoney

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